por Grazielle Gonçalves
Nos últimos meses, comecei a praticar aulas de CFC de carro no local e, não só visualizei, como também ouvi de inúmeros colegas a dificuldade em realizar aulas de moto no local, devido à imensa quantidade de mato e à falta de iluminação. Me preocupei de imediato com as queixas, pois isso afeta o trabalho de todos ali, dos instrutores, dos alunos e, sem falar, nos moradores que convivem diariamente no meio de um local abandonado, com matagal alto e sem iluminação pública. O que será da segurança e da qualidade de vida de todos que frequentam o local?
Tentei todos os contatos possíveis: protocolos com a Secretaria de Obras, protocolo online (dois já abertos), entrei em contato com a Ilumina Hortolândia, com a CPFL, abri mensagem na Ouvidoria, registrei boletim de ocorrência e fiz denúncia no Ministério Público. Criei um abaixo-assinado e fui pessoalmente protocolar na Prefeitura.]
Mas, apesar de tudo isso, por que há tanta demora na resposta da Prefeitura às solicitações da população? Por que há tanto descaso com os moradores do local? A via mal cuidada está sendo usada para o descarte irregular de lixo, o que agrava ainda mais o surto de dengue que estamos enfrentando na região, sem falar nos problemas com animais peçonhentos. Onde fica a segurança nessa história toda? Devo mesmo caminhar pela avenida escura e com mato alto, sem me preocupar com assaltos ou crimes de natureza ainda mais graves?
Ao que parece, a Prefeitura tem negligenciado essa necessidade básica e ignorado todas as nossas solicitações. Quando telefono, ninguém sabe informar um prazo para a conclusão do serviço, mas, quando precisamos pagar nossas taxas ou responder à Prefeitura, exigem prazos. Não parece contraditório exigir algo que nem mesmo estão sendo capazes de fornecer? Se há tanta burocracia assim para manter a cidade limpa e iluminada, por que não rever esse processo e flexibilizar essas demandas? Quanto aos terrenos particulares, por que ainda não estão notificando e multando quem deixa de cuidar de seu próprio espaço?
Aqui em Hortolândia, estamos tendo mais perguntas do que respostas, e isso só demonstra o quanto a administração pública está falhando em atender aos cidadãos. Precisamos de projetos, precisamos de prazos claros de conclusão. Podem levar meses, mas pelo menos teríamos uma noção de quanto tempo poderíamos respirar aliviados, sabendo que nossa solicitação está realmente sendo ouvida e atendida.
Meu protocolo foi encerrado e nem mesmo soube do fim que teve. Não há comentários nem nada anexado. Precisei encaminhar um e-mail e solicitar fotos de que o local foi realmente limpo. Parte do local da rua sem saída foi realmente limpa, os canteiros da avenida tiveram o mato podado, mas e quanto ao resto? O resto permanece cheio de mato e na escuridão? Vão fechar os olhos para esse problema ou buscar uma solução o quanto antes para evitar consequências adversas e piores?
Quando questiono alguns dos moradores, o que recebo de resposta é que “Hortolândia está abandonada”. Eu, como moradora e cidadã, fico triste e decepcionada em ouvir isso, pois uma cidade tão jovem e que está crescendo cada vez mais tinha tudo para prosperar, se o mínimo fosse concedido à população. Serviços básicos, como a poda e o corte de árvores, iluminação, fazem toda a diferença para todos e não deveriam ser algo a ser implorado, mas sim serviços a serem executados de forma organizada pela Prefeitura.
Durante a noite, presenciei crianças e moradores andando pelo escuro da região. Não seria melhor ter uma praça e um local iluminado para proporcionar conforto a esses moradores? Não seria melhor ter uma via adequadamente cuidada para facilitar as aulas dos futuros motoristas da cidade?
Quanto ao campo da Mina, quando o local será bem cuidado a ponto de servir como um local de lazer e prática de esportes? Precisamos de prazos e que, de fato, os projetos saiam do papel. Enquanto estiverem no papel, segurança e qualidade de vida continuarão inoperantes em Hortolândia. Queremos respostas concretas e mais serviços para a população.
Grazielle Gonçalvez é advogada e moradora do Jd São Bento