A luta do asfalto

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Como escrito anteriormente, o asfalto no Jardim Amanda foi uma das principais lutas por melhoria empreendidas pelos moradores. O que inicialmente se tornara mais uma, dentre tantas despesas para a população do bairro, no início dos anos 2000, através da adesão ao plano asfáltico  implementada pela gestão da época, e com a emissão de um carnê de pagamento que ultrapassava, não falhe a memória, 12 meses de compromisso, e o que era a pior, com a possibilidade do nome do morador ser negativado pela falta do pagamento.

Ocorre que essa política se revelou desastrosa. Primeiro porque a população do Jardim Amanda não aguentava mais a falta de infraestrutura; ausência de serviços públicos de qualidade, a falta de perspectiva de qualquer tipo de melhoria, e um horizonte incerto. Essa situação pavimentou um cenário eleitoral e determinou os rumos do bairro nos anos seguinte culminando no que é hoje.

Boatos com comprovação precária ou sem legitimidade dão conta de que os 40 milhões de reais do asfalto de graça fora diluído na conta de luz de todo o morador da cidade. Essa diluição fora feita através uma taxa incutida no valor da conta de energia. Até hoje esse boato circula pela cidade, mas não ganhou a comprovação, nem confirmação de ninguém.

Independente disso, a bandeira do asfalto no Jardim Amanda mudou e imprimiu crescimento e desenvolvimento ao bairro. Fenômeno que não se observa em muitas cidades da região.

O Jardim Amanda asfaltado não só mudou o padrão do bairro. Aos poucos foi modificando o perfil socioeconômico de seus moradores. O advento do asfalto potencializou a tendência de um bairro comercial, e amplificou o discurso de que sim, o Jardim Amanda é o maior bairro da América Latina. Informação negada por órgãos como IBGE, e até mesmo a prefeitura.

Pode até não ser, mas como já escrevi aqui, conforme caracterizou a professora de teatro Laura Valadão em 2015, o Jardim Amanda é um Brasilzão. Acredito que ninguém contestaria isso, afinal de contas, o bairro recebeu gente de várias regiões do Brasil. São sotaques que dariam inúmeras outras crônicas, aguardemos então.

Fotos gentilmente cedidas por Renato Figueiredo e Mauricio Vicente

 

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